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Taí um assunto que tem muito a ver com este blog: a marca 5 Sentidos nasceu no finzinho de 2017 com o objetivo de narrar como eu saí de um estado de aceleração crônica e aprendi a lidar com a ansiedade. Achava de verdade que jamais voltaria a me sentir como me senti em 2015, 2016. Estava 99% certa de que jamais levantaria a mão quando perguntassem em uma sala de palestra “quem aqui é ansioso?”. Tinha muita segurança de que a estrada que havia percorrido e pavimentado – com autoconhecimento e ferramentas diversas – não tinha retorno. Aí veio uma pandemia…

Em março de 2020, nossa geração sequer saberia imaginar o que era uma pandemia. Jamais havíamos vivido nada similar, era algo sem precedentes na vida real, fora dos livros de história. E de repente o mundo fechou: fronteiras, espaços comerciais, toda e qualquer atividade não essencial. Nós nos vimos presos em casa, sem saber bem como trabalhar, como viver, como seguir. Sentimentos variados, como medo, incerteza, insegurança, tomaram conta. De um lado, um vírus desconhecido; de outro, a impossibilidade de (quase) tudo que antes nos era cotidiano, colocando em xeque faturamentos, contas, possibilidades, rotinas e tarefas. Por todos os ângulos, muitas pessoas sofrendo de verdade, pela saúde, pelas perdas ou pelas estruturas. Olhar para trás para escrever este parágrafo já faz o coração acelerar. E o que é a ansiedade senão o medo do que está por vir e a total falta de controle que temos sobre este amanhã?

Mas o intuito do texto não é falar do que passamos e do que mexeu tanto com nossa saúde mental. É olhar para o agora, para o que pode ser feito. Porque se o passado já está superado e o futuro está fora do nosso controle (e taí uma percepção que o covid nos deu com clareza!), é no momento presente que precisamos focar.

lidar com a ansiedade

 

Aqui, divido cinco fatores que me ajudaram – e seguem me ajudando – a sair do looping do pensamento acelerado e lidar com a ansiedade:

PSICOTERAPIA
Eu não tenho nada contra terapias holísticas; eu acredito que tudo que te faz bem é válido; eu já passei por processos de coaching, já fiz sessões de theta healing e já tomei florais de bach. Dito isto, senti necessidade de voltar à psicoterapia convencional, feita com psicóloga, para cuidar da minha mente. Lendo o best-seller “Talvez você deva conversar com alguém” – livro que colocou ainda mais força na minha decisão –, entendi que aquilo que a gente acha que está nos levando à terapia é, no máximo, uma capa que esconde feridas muito, muito mais ocultas. E que não há cura definitiva de nada sem ir no centro da questão.

SEJA ÚTIL PARA UMA PESSOA
Na era em que medimos até nós mesmos pelo tamanho de nossa plateia, é fácil se intimidar e deixar de fazer o que deveria ser feito: ahh, escrever para dez pessoas lerem? Quem sou eu na fila do pão? O que a gente esquece quando deixa esta crença falar muito alto é que cada ser humano no mundo tem sua razão para estar aqui. E que, ao assumir nosso papel, pouco importa se estaremos ajudando 1, 100 ou 10 milhões de pessoas… usar um dom para ser útil ao outro é o que vai ajudar a nós mesmos!

A ROTINA IMPORTA
Para quem trabalha em casa, tem flexibilidade e é introvertido, o “ficar em casa” da quarentena não foi o problema. Risco mesmo é deixar este estilo de vida virar um sinônimo para poucos planos, poucos horários, pouca ação. Tudo que fazemos impacta na nossa saúde física e mental: higiene de sono, atividade física, meditação, certa rotina de horários e metas estabelecidas são ações que trazem bem-estar. A falta disto? O suficiente para deixar a cabeça ser preenchida pelos pensamentos intrusivos, expressão dada pela psicologia (vale o Google!) para o que eu chamo carinhosamente de ração premium de ansiedade!

O QUE VOCÊ AMA?
Qual o seu nível de compromisso com o seu recreio? Como era sua vida na época que você enxerga com a mais feliz que já viveu? O que você vê quando olha para quem você realmente é? Estas três perguntinhas parecem bobas e óbvias, mas vale mergulhar nelas com mais atenção – há um risco grande de respondermos o que a gente acha que deveria ser a resposta certa (nem sempre a real). Tenha recreios que esvaziem sua cabeça das responsabilidades às vezes!

ACEITAÇÃO: A VIRADA DE CHAVE
Tema polêmico, falarei com todo cuidado! Remédios para ansiedade, estresse e depressão têm seu papel e não deveriam ser vistos como diferentes dos remédios para coração, pressão ou outras questões físicas crônicas. Mas cada caso é um caso. O medicamento é indispensável para casos nos quais apenas ele poderá atuar na química do cérebro. Mas não podemos esquecer que apenas médicos podem prescrevê-los (os que tratam a mente e os que tratam o corpo) e que não se deveria banalizar o fato de recorrer a eles. Tudo isto para dizer que, NO MEU CASO (caixa alta e negrito!), sei que consigo sair do looping da ansiedade com outras ferramentas, pois já consegui uma vez. Assim, lidar com o desconforto físico sem querer anestesiá-lo fez diferença para que eu começasse a superar as sensações incômodas. E o insight não veio da minha cabeça, mas sim da leitura de Ansiedade, livro do psiquiatra Augusto Cury, uns sete anos atrás. Segundo ele, o fato de não querermos lidar com o que é desagradável atrapalha nossa mente. Os dias ruins fazem parte!