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Tenho uma querida amiga muito católica que sempre diz: “a gente põe e Deus ‘des-põe’!”. Lá atrás, no comecinho de 2020, quando a gente ainda não tinha ideia do que estava por vir, eu tinha planejado tudo. Faria os trabalhos que havia agendado para fevereiro e março e, depois, teria 45 dias para uma pausa de planejamento de ano. Veio a pandemia, veio a quarentena, veio a necessidade de reinvenção e… a tal pausa precisou ser adiada.

Tem uma destas frases de internet que gosto muito que diz que “tudo volta a funcionar se você tirar um tempo da tomada, inclusive você”. Sempre acreditei muito nisso e, já conhecendo esse meu modo tudo ou nada de trabalhar, sempre alterno fases de muita produtividade com períodos de reabastecimento. Pra mim, é comum – embora, reconheço, também um privilégio adquirido poder ter essa escolha assim desta forma. Mas o ponto é que vejo muito mais gente vendendo discursos de “trabalhe enquanto os outros dormem” e “não pare até estar muito orgulhosa” como as receitas do sucesso. Acho perigoso, acho cruel. E também acho mentira.

Claro que o resultado está além da zona de conforto e óbvio que não é (só) descansando que se vai a algum lugar. Mas todo extremo é perigoso. A exaustão de um padrão que ignora nossa saúde mental (e até a física) não tem como funcionar para sempre. O limite até ela? Cada um tem o seu e é aí que entra a importância do autoconhecimento para entender em que velocidade se navega.

5s Indica
você tem seu ritual de autoconhecimento?

A GENTE PRECISA CABULAR AULAS
Vivemos a era em que tudo e todos ensinam a disciplina. Em que muita gente prega estar sempre no seu máximo de produtividade. Em que a sociedade premia os incansáveis. A conta pode ser alta! Sem falar que para quem já tem tendências a ser mais CDF o estímulo ao “mais a mais” pode fazer esquecer que há vida além de metas e conquistas externas.

Nosso corpo não aguenta. E quando até parece suportar ele no fundo está buscando outros antídotos temporários – o “comer emocional”, o excesso de compras e vícios aí incluídos. Em algum lugar ele fará a compensação, em alguma área ele se dará a medalha do “eu mereço”, ainda que você nem se dê conta.

Este post não é um estímulo à irresponsabilidade! Mas o intuito é o de um lembrete: há compromissos que precisam ser cumpridos, mas há metas que podem ser adiadas; há trabalhos dos quais não temos como abrir mão, mas há exageros que estão sob nossa total escolha; há deveres de caso fixos, mas o dever de casa de olhar para a própria saúde mental precisa estar acima de tudo.

Rearrange, readapte, repense. Limpe excessos, dentro e fora. Permita-se fraquejar, mudar de ideia, dar uns passos para trás. E, sempre que possível, tire-se um pouco da tomada e pause!